quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Vivendo e aprendendo: sentindo e comparando

"Sem o amargo, o doce não seria tão doce." 

Li essa frase hoje e refleti um pouco sobre ela... Acabei ficando cheia de questionamentos. Ainda não sei até que ponto essa mania que a gente tem de fazer comparações é positiva. Sabe quando você fala sobre um problema para alguém e essa pessoa joga os problemas dela na sua cara para mostrar o quão diminuta é a sua preocupação? 

"Meu namorado e eu brigamos."
"Pior sou eu, que nem tenho namorado."

"Tou triste porque reprovei."
"Pior é na guerra."

Todo mundo faz isso, sim, mas, será que é certo menosprezar a tristeza do outro só porque você ou alguém já conseguiu lidar com algo pior e escapar com vida? O outro não tem o direito de ser mais frágil que você? Quem determina a sensibilidade desse termômetro de validade de problemas? 

Pensar que "poderia ser pior" até funciona mesmo, às vezes, mas por que o meu sentimento de agora tem que se basear no meu sentimento de outrora ou no sentimento dos outros para adquirir sentido, para parecer que "vale a pena"? Por que a gente não pode simplesmente reconhecer a felicidade de um amor tranquilo (e doce) sem ter noção ou sem compará-lo àqueles momentos de turbulência (amargos)? Por que a intensidade do bem-estar ou do mal-estar tem que variar sempre de acordo com uma "valoração comparativa"

Desculpem-me por inundá-los com tantas perguntas retóricas. Mas, me parece que isso também é inerente ao ser humano e acho que é por causa desse tipo de coisa que existe aquela ideia do "só dá valor quando perde". A gente só se dá conta do bom quando se vê diante do ruim. É como um reconhecimento de cargas: só diferenciamos o positivo do negativo quando os unimos numa mesma experiência, né?! 

Então, talvez, o motivo de se dizer que se aprende a viver com o passar do tempo signifique, na verdade, que, com o passar do tempo, consiga-se experimentar coisas suficientemente diversas para se aprender a fazer comparações cada vez mais eficientes e, a partir delas, valorar melhor os acontecimentos. Mas , nesse caso, quer dizer que alguém que experimentou pouco da vida não teria a capacidade de reconhecer algo que lhe faz bem ou não? 

Ah, enfim... Acho que esse post ficou um pouco confuso, mas, deixo aí meus questionamentos para vocês se questionarem também. E desejo a todos ouvir/dizer menos a ladainha do "eu era feliz e não sabia".

sábado, 7 de dezembro de 2013

Eu, por mim mesma. Versão 2014.

Ainda não havia percebido que já estamos em Dezembro. Parece que foi ontem que minha vida era completamente diferente. Mas foi ano passado... rsrs. Esse não é um post de retrospectiva 2013 (mas, não nego que tem um filme passando na minha cabeça agora). Simplesmente, li algo ontem que me deixou bastante reflexiva a respeito de mim mesma e me levou a fazer todo um trabalho chato e absurdamente dispendioso de auto-análise.

Essa minha introspecção é tão cansativa. Acho até egoísmo da minha parte perder tanto tempo na árdua tarefa de olhar pro meu interior, enquanto tem um mundo inteiro esperando atitudes. Mas, por enquanto, ainda é algo que foge à minha vontade; e eu me apego ao fato de que a mudança é a força motriz dessas atitudes e o seu vetor tem sentido e direção que apontam para fora: começa de dentro. O problema é que, quanto mais eu me aproximo de mim mesma para me enxergar melhor, mais os meus defeitos se sobressaltam. Então, joguei na minha cara hoje essas besteiras todas que eu fiz o ano inteiro, para montar, da maneira mais clichê que você imaginar, aquela lista mental de atitudes para o ano seguinte

Desde que vim morar na praia, o mar tem sido um grande companheiro nessas introspecções. Olhar para o mar é como olhar um espelho que reflete a alma. Isso soa semelhante, mas não se parece em nada com narcisismo. Isso porque não é o meu reflexo ou a minha reflexão que me cativam nele. É que a beleza do mar é tão límpida, tão serena e, prolongando-se em toda a linha do horizonte, tão repetitiva, sem obstáculos, que faz os pensamentos fluírem com mais facilidade. Penso também que a razão disso está no fato de o mar não ter defeitos para, aliado ao meu perfeccionismo (com o qual, esse ano, aprendi a lidar muito bem), tirar a minha atenção. Mas, isso é assunto para um outro momento.

Enfim, o primeiro e mais importante fruto dessa introspecção foi perceber o quanto tenho sido exigente comigo mesma e com os outros. Eu sou o tipo de pessoa que, quando quer realmente fazer/ter algo, não mede esforços para isso. Sempre me doei muito nos relacionamentos (amorosos ou fraternos) e, inconscientemente, acabo exigindo dos outros um mesmo grau de doação, sob o risco de julgar haver uma falsa recíproca e de dramatizar completamente a situação. Mas, hoje, entendi que cada um tem sua própria perspectiva e o que é um esforço mínimo para mim pode ser o máximo de esforço que alguém é capaz de fazer! Qual a dificuldade de respeitar e reconhecer as limitações e os feitos das outras pessoas e ser grata por isso? Primeiro ponto da lista. 

Olhando um pouco mais de perto, enxerguei melhor algo que eu, de certa forma, já havia notado, mas negligenciava: tenho o chato costume de debater exaustivamente um tema, até esgotá-lo. Isso porque acho que transparência é tudo e que, quanto mais esclarecer qualquer assunto, tanto menor será o abismo gnoseológico ou a chance de aquele assunto voltar a gerar um desentendimento. O problema é que isso é CHATO PRA CARAMBA e uma perda de tempo sem tamanho, já que é impossível conseguir chegar à exaustão de um tema. Então, por que não deixar assuntos irritantes e irrelevantes no canto deles e preferir sempre as conversas agradáveis? Mais um ponto da lista.

Hoje, eu confirmei também o quanto a baixa auto-estima pode afetar a maneira como me relaciono com as pessoas, a ponto de me sujeitar a uma constante moldagem para tentar agradá-las. Mas, por que eu tenho que internalizar as expectativas alheias e tentar atingi-las ou superá-las, de modo a garantir a permanência dessas pessoas em meu convívio, e me deixar por último na minha escala de prioridades? Melhore, bicha!!! Essas mudanças que elegi só fazem sentido se servirem para a MINHA própria satisfação, para o MEU bem-estar. Não se trata de atender às expectativas dos outros, mas de atender às MINHAS expectativas quanto à maneira como me relaciono com os outros. E isso não é uma questão de egoísmo. Apenas percebi que sou melhor para os outros quando sou melhor pra mim. 

Não acredito que essas (e todas as outras que pensei) sejam coisas fáceis de se modificar, visto que se tratam de hábitos. Mas, ter percebido esses hábitos hoje e pensar em mudá-los, "chacoalhou"-me de certa forma a querer continuar nesse trabalho de aperfeiçoamento interior, que iniciei no começo desse ano. Cada dia que passa é um dia a mais para se construir e um dia a menos no prazo de entrega da obra. Desejo-me sorte e "operosidade" para 2014! hahaha

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Fui pra rua!


Fui pra rua! Fui pra rua, não porque acordei, mas porque LEVANTEI. E levantei junto a outros 100 mil pernambucanos. Fui pra rua porque cansei de ser (mal) representada nisso que chamam de Democracia. Fui pra rua porque tenho ideais, porque tenho esperança. Fui pra rua porque cansei de postar no facebook o que nem a presidente, nem o governador, nem os deputados e senadores chegarão a ler. Fui pra rua porque quero educação, saúde e transporte público de qualidade. Fui pra rua porque quero mudança, porque quero reforma política e tributária, porque quero uma faxina no Congresso. Fui pra rua contra a PEC37. Fui pra rua honrar o passado histórico de luta do meu estado. Fui pra rua porque amo o meu país. Fui pra rua porque... Não quero me mudar do Brasil. Quero mudar o Brasil!

(Deveria ter publicado aqui antes, mas estava esquecida de que tinha um blog. rsrs.. Não vou prometer assiduidade, porque sei das minhas limitações para cumprir isso. Mas, pretendo não mais esquecer do meu bloguinho por causa da faculdade.)
.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Meus valores são melhores que os seus!

A justiça dos homens é a mais severa de todas: suas leis confundem verdades com convicções, valores com dogmas e moral com tabu; suas normas de conduta subjugam as minorias, exaltam a intolerância, aprisionam seu próprio povo e silenciam até o pensar. Nessa justiça, o homem é, simultaneamente, juiz, advogado, promotor e réu; aponta o erro, julga, é julgado, condena, é condenado e defende quem comunga de sua visão. É a mais falha das justiças, mas a mais valorizada. 

A justiça dos homens é o olhar desconfiado que se volta para um negro. É a xenofobia. É a cara de nojo numa cena de romance protagonizada por homossexuais. É o medo do candomblé. É a rejeição ao que lhe é diferente. É a generalização. É o duplipensar. É a intolerância. São as cotas raciais. É o "Orgulho Gay", a "Consciência Negra", o "Feminismo", a distinção do que deveria ser (e é) uma coisa só. 

A justiça dos homens repudia a imoralidade com a própria imoralidade. Instala um preconceito ao próprio preconceito. Não tolera a intolerância. É a contradição de querer impor um ponto de vista, com um grito de guerra que, supostamente, clama por liberdade de escolha. 

Resolvi escrever sobre isso, porque o tema tem me incomodado profundamente. Já chegou ao ridículo esse embate religioso, sexual, político e ideológico que vem sendo travado diariamente nas redes sociais e marcado por polêmicas aberrativas a nível nacional. É vergonhoso, eu sei, ainda conviver com o preconceito. Mas, alguém já parou pra pensar que, o que antes era tido como uma minoria oprimida, agora é uma maioria que oprime? As pessoas então repudiando o preconceito e criando um novo preconceito: o preconceito ao preconceituoso. Isso é completamente paradoxal! Enlouqueceria qualquer sociólogo. 

Não pretendo fazer apologia a nenhum tipo de fobia, mas, essas discussões todas sempre acabam me parecendo uma coisa só: o sujo falando do mal lavado. Cada um tem sua convicção, suas certezas, suas crenças, etc. e todos querem ter seu espaço respeitado. O problema é que a ideia agora é diferente: não basta ter seus próprios valores, tem que exaltá-los EM DETRIMENTO dos valores dos outros! Não  basta ter fé, tem que criticar a religião dos outros. Não basta ter sua opção sexual, tem que rejeitar a opção dos outros. Não basta ser bom, tem que apontar os defeitos dos outros. A grama do vizinho nunca foi tão podre na boca de quem critica. 

Pelo meu ponto de vista, instaurou-se um repúdio aos preconceituosos, não ao preconceito. Os religiosos odeiam os intolerantes, não a intolerância. Os homossexuais lutam contra os homofóbicos, não contra a homofobia. É o ódio, como sempre, regendo as relações humanas na sociedade. É a justiça dos homens mostrando pra que foi criada.

O problema é que essa "INjustiça dos homens" tá muito mais enraizada do que a gente imagina. Ela está no berço da sociedade, na instituição mínima do social: a Família. E nela, falta diálogo, falta tolerância... Falta EDUCAÇÃO DOMÉSTICA! O medo impõe normas, mas não as torna verdades absolutas. Cartazes, gritos, protestos, violência e sofativismo nunca mudaram a maneira de pensar de alguém. Equidade não se impõe: o preconceito só vai acabar quando as pessoas se sentirem semelhantes, não enquanto forem forçadas a isso. 

sexta-feira, 29 de março de 2013

"A voz do anjo sussurrou no meu ouvido..."

Já perceberam como tem músicas que a gente canta como uma oração? Música que toca bem lá dentro da alma. Mexe com a cabeça da gente, inquieta o espírito, acelera o coração. Um frenesi ritmizado, um delírio. A gente canta mais com a voz da alma, do que com a própria voz. A gente canta de olhos fechados e mãos voltadas para o céu (se você pensou naquele swing que faz a galera levantar o copo e colocar o dedinho pra cima, se mate). A gente sente mais a música do que ouve... 

Chega a ser um sentimento doloroso algumas vezes. Quase uma súplica, com sobrancelha franzida e tudo. Mas uma súplica da alma, não do corpo! É a alma dando seu grito silencioso por liberdade, que só o coração escuta. 

O primeiro sinal é a vontade de fechar os olhos, querer se desligar de tudo (fones de ouvido ajudam nessas horas). Você passa a querer ouvir (e sentir) apenas a melodia. Procura reconhecer a vibração de cada instrumento. O balanço é lento, mesmo que a batida seja rápida, mas você não foge do ritmo. A alma se inquieta, mas o corpo se acalma. Aí, você levanta os braços, como se tentasse captar alguma coisa do céu. Como se estivesse recebendo a energia suplicada, enquanto a oração vai sendo entoada... Que sensação! Não sei se quem compõe faz tudo de caso pensado. Ou se simplesmente tem o dom de criar esse êxtase naturalmente em quem ouve. Mas essas músicas chegam no metafísico, no alter-ego, no transcendental...

Eu não lembro a primeira vez que senti isso. Mas lembro das músicas que me fazem sentir... A do título, "Anunciação" de Alceu Valença, é uma delas. Assim como "White Blank Page" de Mumford & Sons, "Why Does My Heart Feel So Bad?" de Moby, "She's Madonna" de Robbie Williams, "Quem Sabe" de Los Hermanos, tantas e tantas músicas de Coldplay, "Supermassive Black Hole" de Muse, "You've Got The Love" de Florence And The Machine, "Holiday" de Scorpions, "Snow" de RHCP, os solos de Dire Straits, de White Stripes, de Carlos Santana... 

Eu poderia passar o dia citando músicas aqui! Mas, além de cansativo, talvez nem todos conseguissem sentir o mesmo que eu sinto. Então, não adiantaria. As músicas têm efeitos diferentes em cada pessoa, porque cada um tem uma inquietação própria na alma, uma dor organizada num sentimento bagunçado, uma súplica única... Se quiserem fazer o teste, escutem essas que citei e citem as suas para que eu escute também! Não garanto que sintam o mesmo que eu, nem garanto que sentirei o mesmo que vocês. Mas, ao menos teremos compartilhado boas músicas! Rsrs.

terça-feira, 26 de março de 2013

Liberdade: um sonho


Liberdade é ter direito de escolha. Escolher o que lhe convém, o que lhe satisfaz, o que lhe preenche... Até Deus concedeu ao homem o livre arbítrio. Mas a sociedade NÃO concede. Eu vivo presa numa armadilha ideológica. As grades de medo corrompem mais que o ferro. As paredes de opressão silenciam mais que o concreto. E o piso é sustentado por uma base rígida: a hierarquia

Pra que eu construo meus próprios valores, se me obrigam a absorver valores alheios aos meus? Pra que eu estudo, se me limitam? Pra que eu desenvolvo minha opinião, se me silenciam quando eu quero expressá-la?  Pra que eu vivo, se eles só querem que eu exista? Pra que serve minha veia política, se não permitem que o sangue flua nela?

Eu vivo numa ditadura disfarçada de democracia. Minhas vontades, minhas convicções e meus ideais são secundários em qualquer esfera social. A hierarquia não me permite a livre escolha. Sou um produto da sociedade e devo fazer jus à minha condição de mero produto e agir exatamente como determinaram no rótulo da minha embalagem. A ordem é acionar os freios, e não guiar a condução; calar a voz, e não ensaiar o canto; "cortar as asas, e não orientar o vôo". 

Que tirem os professores da sala, os livros das estantes e o conhecimento da pauta, então! Porque, enquanto eu tiver consciência da existência de tudo que me rodeia, vou lutar contra essa alienação. Se eu tenho a capacidade de movimentar minha cabeça para os lados em discordância, é porque não fui feita apenas para assentir. O comodismo passa longe das minhas pretensões. Como eu costumo dizer: não quero me mudar do Brasil, quero mudar o Brasil! 
"Ignorar os fatos não os altera."

terça-feira, 19 de março de 2013

Sobre o amor


Esses dias, me peguei definindo o amor pra mim mesma... Antes de tudo, eu não estou apaixonada. Pelo menos, não da maneira como se imagina que alguém esteja quando escolhe um tema como esse para abordar. Chega a ser contraditório, eu sei, falar sobre amor sem pensar no objeto desse amor. Mas, o próprio amor é contraditório. Então, minha contradição deve ser perdoada. 

O amor é o sentimento mais lindo que eu conheço! Não existe sensação melhor do que a de estar com o coração preenchido! É maravilhoso ter um sentimento como esse pra alimentar. O coração bate mais rápido, o sangue flui mais facilmente, a cabeça tá sempre ocupada com pensamentos felizes, as músicas ganham um sentido diferente... Nossa mente se transforma no lugar mais aconchegante do mundo e a gente passa a querer estar nela 24h. Não é à toa que dizem que uma pessoa apaixonada fica dispersa. É que seus próprios pensamentos se tornam tão convidativos, que passam a ser seu único foco de atenção. Assim, a gente passa a dedicar horas e mais horas planejando cenas, criando expectativas, idealizando o futuro... Como é sublime!

Podem discordar de mim e levantar 1001 argumentos sobre a dependência da reciprocidade para que o amor seja tão saudável assim. Mas, não vão mudar minha opinião. O amor enquanto amor não precisa de reciprocidade. A gente ama porque ama, não porque o outro ama. Essa é a essência desse sentimento! 

O grande problema de todo mundo é superestimar mais o objeto do amor do que o próprio amor. Ter esse objeto se torna mais importante do que simplesmente amar. Ao invés de esperar que o amor seja eterno, a gente espera a eternidade da pessoa amada. Talvez seja esse o motivo da tristeza quando perdemos alguém... O sentimento continua no peito, mas a pessoa não está mais ao lado. 

Isso não muda a beleza do amor, mas faz com que deixemos de alimentá-lo. Aí, ele enfraquece e morre... O coração, antes preenchido, fica vazio e os pensamentos tão convidativos passam a ser reprimidos e considerados dolorosos. A dor é pela perda, não pela falta de amor. Esse é o risco que corre quem ESTÁ apaixonado. Um risco que eu não corro mais, desde que percebi que eu SOU apaixonada! Vivo numa relação quase como uma função metalinguística: o objeto do meu amor é o próprio amor. Sou apaixonada pelo amor e dedico a ele esse texto. Beijos.

domingo, 3 de março de 2013

D'a falta de paciência


Tava fazendo uma análise sobre mim e percebi que não sou tão paciente quanto afirmo ser... Pra terem uma idéia, eu não assisto à televisão, porque não suporto aqueles intervalos malditos, que serram a programação em blocos. Não existe nada mais chato do que, no ápice do suspense, da euforia e do interesse, ouvir a vinheta e ler o clássico “estamos apresentando”. VISH! Daí até o “voltamos a apresentar”, o tempo se protela como uma eternidade... (bocejo) É a maneira perspicaz que a mídia encontrou para manipular o consumo e manter seu império de pé.

Mas, definitivamente, a parte mais insuportável na programação são as novelas! Além de terem seus intervalos nos momentos mais inquietantes da trama, as novelas mantêm SEMPRE um mesmo enredo irritante: mocinho e mocinha se descobrem apaixonados; o vilão surge, cria o conflito e separa o casal; na sequência, o vilão aprofunda o conflito; todos sofrem; o vilão se dá mal e se arrepende; todos se perdoam; todos terminam felizes, apaixonados e com crianças figurantes à tiracolo. A única variação costuma ser o destino do vilão que, ao invés de se arrepender, pode sucumbir na sua própria maldade. É algo tão previsível, que eu não consigo entender como AINDA tem feito sucesso... E o pior é ver que os mocinhos sempre seguem o script do vilão, fazendo tudo completamente diferente do que qualquer pessoa normal faria na “vida real”.

Por sorte, pra tentar sanar esse mal, criaram as séries de TV. Uma versão diversificada de novela, que tem temporadas, mas, diferente de Malhação, tem fim. É algo um tanto mais criativo e sofisticado (exceto as versões brasileiras dessas séries), com variações maiores de enredo, mas com episódios espaçados por um tempo muito mais comprido; o que faz parecer com aquelas aulas do Fundamental em que a professora começava um filme na aula de Ensino Religioso e só conseguia concluí-lo depois de quatro semanas de exibição. A vantagem é poder fazer download e assistir às séries sem intervalos, mas com o mesmo desconforto de um filme MUITO extenso.

E, por falar em filmes... Eu adoro assistir! Mas, com a condição de permanecer com o controle remoto em mãos, para poder adiantar as compridas cenas que atrasam seu “The End”. Rsrsrs... Dá pra imaginar, então, que cinema, pra mim, é uma tortura, né?! Mas, dependendo da companhia (ou da qualidade do 3D), costuma ser uma tortura agradável! Parece que o mundo para dentro da sala de cinema. Quando as luzes vão se apagando, a sala vai se desconectando do exterior... Nunca assisti a um filme no cinema que não me fizesse sair de lá com a melhor das impressões sobre ele (e olhe que eu assisti até “Xuxa Requebra” e “Pokémon 2000”, viu?!). Talvez eu não seja uma boa crítica, ou ceda facilmente aos apelos da indústria cinematográfica... Ou talvez os dois. hahahahaha... A verdade é que eu preciso repensar a minha paciência, ou o que realmente vale estimulá-la.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Maioridade de voz!

Gratidão não é só dizer "obrigada". Perdão não é só um pedido de desculpas. Amar não é só dizer "eu te amo". As pessoas têm um costume chato de transferir a efemeridade do século XXI para seus relacionamentos. Já virou clichê dizer que o homem banalizou o amor. E eu nem concordo... Não é o amor que está banalizado, são TODOS os sentimentos! "Odeio fulano", "adoro ciclano", "vou morrer de tristeza", "te amo pra sempre"... Ser efusivo não é crime. Mas brincar com sentimentos deveria ser! Sobretudo quando se tem o sentimento de outra pessoa envolvido (e sempre tem).

Queria que um raio partisse ao meio a cabeça (e isso é eufemismo) da criatura que abre a boca pra dizer "desculpa, me confundi..." Tenha dó, né, minha filha/meu filho?! Sua confusão não merece sequer um coração dilacerado, tampouco um perdão! Hoje em dia, amor é mais lixo do que luxo. Só funciona em novela (que já é outro lixo também). 

As pessoas só deveriam ser capazes de falar quando já fossem maduras o suficiente pra assumir a responsabilidade de suas palavras! Evitaria que mais gente defecasse pela boca e faria com que muitos não precisassem daquele controle remoto do post anterior. Seria algo como uma "Maioridade de Voz": só abre a boca pra falar quem tem maturidade pra isso. Quer falar? Cresça! Talvez isso deva ferir os princípios da Democracia, mas evitaria ferir o coração (e os ouvidos) de muita gente também. Tudo em benefício da coletividade! Rsrs...

Falta mais sensatez. Se as pessoas só abrissem a boca pra dizer "Obrigada!" quando se sentissem realmente gratas; se só pedissem desculpas quando soubessem realmente o que fizeram de errado (e não pretendessem repetir); e se só divulgassem sentimentos reais, daria pra viver sem stress (exceto no trânsito). Conscientização deveria ser uma disciplina obrigatória nas escolas e faculdades!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Controlar a vida tem graça, sim!

Queria ter um controle remoto universal! Algo como aquele do filme Click, com Adam Sandler. 

Eu desligaria pessoas insuportáveis; adiantaria esperas sem fim (como a espera pelo listão da UFPE); daria um Pause em momentos confortáveis, para que durassem quanto tempo me fosse conveniente; retomaria sonhos interrompidos quando alguém me acordasse; interromperia sonhos ruins em que ninguém me acorda; voltaria no tempo para desfazer algumas das muitas besteiras que fiz e para fazer algumas das muitas besteiras que deixei de fazer; colocaria no modo silencioso aquela prima/amiga tagarela; etc. 

As pessoas, por não terem acesso a um controle remoto como esse, confortam-se, dizendo que a vida perderia a graça se pudesse ser controlada. Puro conformismo, puro comodismo. Vai dizer isso a quem já passou dos 60 anos! Não que eu já tenha passado... Mas, com meus recém completados 20 anos, começo a refletir sobre o que fiz (ou não fiz), faço (ou não faço) e farei (ou não farei) da minha vida e a me arrepender de muitas dessas coisas. Assim, fica fácil imaginar o nível de arrependimento de quem já tem mais de 6 décadas! 

E, por falar em "conformismo", odeio essa palavra. Ela tem uma carga monstruosa de comodismo, inércia, desilusão e preguiça. É o velho "deixa acontecer naturalmente" da música. É um tal de fazer o nada e esperar que o tudo aconteça. É deixar que os outros resolvam as coisas para você. É não ter amor próprio, mesmo... 

Isso chega a ser quase tão deletério quanto a "mentira". A diferença maior é que, na mentira, o resultado negativo vem pelo que você fez e, no conformismo, pelo que você deixou de fazer. E, parafraseando Millôr, nem todo mal necessário, necessariamente, gera um bem. Não adianta se conformar com o ruim, esperando que o bom caia do céu (ou que aquele controle remoto caia do céu, né?!). 

Desligue as pessoas insuportáveis da sua vida; arrume algo produtivo pra fazer durante as esperas sem fim; trabalhe para prolongar os momentos confortáveis; procure realizar mais ao invés de sonhar; faça as besteiras que tem que fazer de uma vez por todas; e dê um block naquela prima/amiga tagarela.

Controlar a vida tem graça, sim! 
Não me conformo em apenas esperar o destino.