"Sem o amargo, o doce não seria tão doce."
Li essa frase hoje e refleti um pouco sobre ela... Acabei ficando cheia de questionamentos. Ainda não sei até que ponto essa mania que a gente tem de fazer comparações é positiva. Sabe quando você fala sobre um problema para alguém e essa pessoa joga os problemas dela na sua cara para mostrar o quão diminuta é a sua preocupação?
"Meu namorado e eu brigamos."
"Pior sou eu, que nem tenho namorado."
"Tou triste porque reprovei."
"Pior é na guerra."
Todo mundo faz isso, sim, mas, será que é certo menosprezar a tristeza do outro só porque você ou alguém já conseguiu lidar com algo pior e escapar com vida? O outro não tem o direito de ser mais frágil que você? Quem determina a sensibilidade desse termômetro de validade de problemas?
Pensar que "poderia ser pior" até funciona mesmo, às vezes, mas por que o meu sentimento de agora tem que se basear no meu sentimento de outrora ou no sentimento dos outros para adquirir sentido, para parecer que "vale a pena"? Por que a gente não pode simplesmente reconhecer a felicidade de um amor tranquilo (e doce) sem ter noção ou sem compará-lo àqueles momentos de turbulência (amargos)? Por que a intensidade do bem-estar ou do mal-estar tem que variar sempre de acordo com uma "valoração comparativa"?
Desculpem-me por inundá-los com tantas perguntas retóricas. Mas, me parece que isso também é inerente ao ser humano e acho que é por causa desse tipo de coisa que existe aquela ideia do "só dá valor quando perde". A gente só se dá conta do bom quando se vê diante do ruim. É como um reconhecimento de cargas: só diferenciamos o positivo do negativo quando os unimos numa mesma experiência, né?!
Então, talvez, o motivo de se dizer que se aprende a viver com o passar do tempo signifique, na verdade, que, com o passar do tempo, consiga-se experimentar coisas suficientemente diversas para se aprender a fazer comparações cada vez mais eficientes e, a partir delas, valorar melhor os acontecimentos. Mas , nesse caso, quer dizer que alguém que experimentou pouco da vida não teria a capacidade de reconhecer algo que lhe faz bem ou não?
Ah, enfim... Acho que esse post ficou um pouco confuso, mas, deixo aí meus questionamentos para vocês se questionarem também. E desejo a todos ouvir/dizer menos a ladainha do "eu era feliz e não sabia".
Ah, enfim... Acho que esse post ficou um pouco confuso, mas, deixo aí meus questionamentos para vocês se questionarem também. E desejo a todos ouvir/dizer menos a ladainha do "eu era feliz e não sabia".